De 10 a 21 de novembro de 2025, Belém (PA) será palco da COP30, reunindo mais de 30 temas interconectados em diálogos de alto nível, eventos paralelos, programação cultural e apresentações de implementação. O encontro representa uma oportunidade estratégica para aproximar Brasil e Suécia em soluções climáticas concretas.
Inscrições abertas para os Pavilhões Brasil
Interessados em participar da programação da COP30 já podem enviar propostas para os painéis dos Pavilhões Brasil. As inscrições vão de 11 a 30 de agosto e as atividades selecionadas ocorrerão nas zonas Azul e Verde da conferência. A coordenação é do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) em parceria com outros órgãos do governo federal.
Os pavilhões reunirão a comunidade brasileira e internacional para debater a emergência climática, os 30 objetivos estratégicos da Agenda de Ação, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e o Plano Clima, além de contar com atos culturais e exposições. Na Zona Azul, o foco será a implementação da NDC do Brasil no âmbito do Acordo de Paris. Já a Zona Verde tratará de temas domésticos ligados ao Plano Clima, que guiará ações nacionais até 2035.
Os eventos acontecerão das 10h às 18h, com duração máxima de 50 minutos. As propostas devem indicar eixo temático, data provável e instituições participantes, buscando pluralidade e diversidade de vozes. Cada instituição pode enviar até uma proposta para cada pavilhão. O formulário de inscrição está disponível aqui.
O que é o UNFCCC
A COP30 acontece sob o guarda-chuva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Criado em 1992 na Rio Earth Summit e em vigor desde 1994, o acordo reúne 198 países-membros comprometidos a agir para evitar interferência humana perigosa no sistema climático.
- Reconhecimento do problema: determinou que os países passassem a agir mesmo diante de incertezas científicas, inspirando-se no Protocolo de Montreal.
- Objetivo claro: estabilizar gases de efeito estufa em níveis que permitam adaptação natural, segurança alimentar e desenvolvimento econômico sustentável.
- Liderança dos países desenvolvidos: membros do Anexo I (como a Suécia) devem reduzir emissões e apoiar financeiramente países em desenvolvimento.
- Financiamento e tecnologia: fundos para ações climáticas em países menos avançados via Global Environment Facility, com incentivo à transferência de tecnologia.
- Monitoramento: relatórios periódicos sobre políticas e inventários de emissões.
- Equilíbrio entre clima e desenvolvimento: estratégias que conciliem crescimento econômico e redução de emissões, especialmente em países como o Brasil.
- Adaptação: reconhecimento da vulnerabilidade global e criação de mecanismos como o Comitê de Adaptação e o Quadro de Adaptação de Cancún.
Possíveis conexões Brasil–Suécia
O Brasil oferece a Amazônia, bioeconomia, agricultura tropical e conhecimento tradicional. A Suécia aporta energia limpa, economia circular, eletrificação de transportes e gestão de resíduos de alto nível. Essa combinação pode gerar parcerias com alto retorno climático e econômico, especialmente em eventos e painéis temáticos durante a COP30.
Destaques por data (temas oficiais)
10–11/11: Adaptação, Cidades e Infraestrutura, Água, Resíduos, Governos Locais, Bioeconomia, Economia Circular, Turismo.
12–13/11: Saúde, Empregos, Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos, Integridade da Informação, Trabalhadores, Balanço Ético Global.
14–15/11: Energia, Indústria, Transporte, Comércio, Finanças, Mercados de Carbono, Gases não-CO₂.
17–18/11: Florestas, Oceanos, Biodiversidade, Povos Indígenas, Comunidades Locais, Juventude, Pequenos e Médios Empreendedores.
19–20/11: Agricultura, Sistemas Alimentares, Segurança Alimentar, Pesca, Agricultura Familiar, Mulheres e Meninas, Gênero, Pessoas Negras, Ciência e Tecnologia, Inteligência Artificial.
Onde a cooperação Brasil–Suécia rende mais
- Bioeconomia amazônica + design sueco para cadeias circulares.
- Eletrificação de ônibus e barcos urbanos com tecnologia sueca.
- Mercados de carbono baseados na natureza com metodologias nórdicas.
- Agro de baixo carbono usando sensores e IA suecos.
- Cidades resilientes com gestão de resíduos e drenagem inspiradas na Suécia.
Como se preparar
- Definir prioridades: escolher três dias-tema e objetivos de contato.
- Agenda binacional: levar casos brasileiros para co-desenho com parceiros suecos.
- Métricas claras: impacto climático, custo por tonelada de CO₂e e prazos.
Cursos para se preparar
No site oficial do UNFCCC, há cursos online sobre negociação climática, adaptação, mitigação, mercados de carbono e transparência. Muitos são gratuitos e com certificado. Estudar antes da COP30 amplia a capacidade de atuação no evento.
Conclusão
A COP30 é mais que uma conferência: é um ponto de convergência entre ciência, política e negócios. Se Brasil e Suécia unirem natureza e tecnologia, podem sair de Belém com projetos capazes de mudar a curva de emissões e gerar benefícios duradouros.