Se você tem filhos em idade escolar na Suécia, provavelmente já ouviu falar do Labubu. Esses pequenos bichos de pelúcia, lançados como itens colecionáveis, se transformaram em uma verdadeira febre entre as crianças suecas. Mas, além de fofos, eles também carregam uma consequência preocupante: a criação de hierarquias sociais dentro das escolas.
De brinquedo a símbolo de status
No começo, o Labubu parecia ser apenas mais um brinquedo da moda, como tantas outras tendências que já vimos no Brasil: figurinhas da Copa, tazos ou ioiôs. Mas rapidamente ele ganhou outro papel. Em algumas escolas suecas, ter um Labubu — e especialmente os modelos mais raros — passou a ser um sinal de status. Quem tem é visto como “popular”, quem não tem muitas vezes acaba sendo deixado de lado.
Exclusão e conflitos entre alunos
Segundo relatos de professores em Estocolmo, os Labubus não ficaram restritos ao recreio. Eles entraram no dia a dia da sala de aula, criando grupos fechados e até clubes exclusivos. Em alguns casos, só pode participar quem mostra o bonequinho. Isso gerou situações de exclusão e até discussões entre crianças, obrigando escolas a intervir.
O peso no bolso das famílias
Outro ponto que preocupa é o aspecto financeiro. Como os Labubus são lançados em séries limitadas e rapidamente se esgotam, alguns chegam a ser revendidos na internet por preços bem mais altos. Isso pressiona famílias que não querem ver os filhos se sentindo de fora, mas ao mesmo tempo não conseguem ou não querem gastar tanto dinheiro em um brinquedo.
O que dizem as escolas
Na Suécia, escolas têm o hábito de intervir quando objetos criam desigualdade entre alunos. Por isso, algumas direções já orientaram pais a limitar o envio desses brinquedos para a sala de aula, buscando evitar conflitos e reforçar a ideia de que o espaço escolar deve ser inclusivo e igualitário.
O que os pais brasileiros precisam saber
Conclusão
O caso do Labubu mostra como a lógica de consumo pode rapidamente invadir o espaço escolar na Suécia. Mais do que um brinquedo fofo, ele virou um marcador social que mexe com autoestima, amizade e até com o bolso das famílias. Para pais brasileiros vivendo aqui, a dica é acompanhar a situação de perto e reforçar para os filhos que amizade e inclusão não devem depender de objetos de moda.