Crise do bife na Suécia: oportunidade para o Brasil?

A falta de carne bovina sueca não é “falha pontual de logística”. É um problema estrutural que pode durar anos: rebanho menor, sucessão travada, custos altos e um ciclo produtivo lento. Resultado: prateleiras com menos bifes, carnes moídas e cortes nobres — e consumidores pagando mais.

Por que chegamos aqui

  • Seca histórica em 2018 reduziu os rebanhos; a recuperação foi lenta.
  • Pandemia e guerra elevaram energia, ração e fertilizante, comprimindo margens.
  • Menos produtores ativos e sucessão difícil nas fazendas.
  • O ciclo do gado é longo: decisões de hoje só viram carne daqui a 2–3 anos.
  • O que os atores do setor estão dizendo

    Entidades e mídia suecas vêm repetindo o mesmo diagnóstico: há oferta insuficiente de bovinos e a produção diminuiu no horizonte de médio prazo. Enquanto isso, a própria Europa também enfrenta aperto — importar “mais da UE” não resolve tudo.

    E o Brasil no meio disso?

    O Brasil tem escala, know-how e produtos premium capazes de ocupar nichos exigentes (inclusive no Norte da Europa). O ponto sensível é alinhar exigências da UE com comunicação transparente de rastreabilidade. Se isso entra no eixo, há espaço para posicionar carne brasileira de maior valor agregado nos países nórdicos.

    O que o consumidor sueco vai ver no curto prazo

  • Mais preço e menos disponibilidade de cortes nobres.
  • Indústria estimulando consumo de inälvsmat (miúdos) para “usar o animal inteiro”.
  • Importações pontuais — mas com custo elevado e disputa por volumes.
  • Insetos – desde 2020 a UE permite a venda de determinadas espécies para consumo. Produtos com farinha de grilo, larvas secas ou barras proteicas já aparecem em supermercados nórdicos.
  • Insetos na comida – o que é permitido

    Segundo o Livsmedelsverket, hoje apenas oito espécies estão autorizadas para venda como alimento:

  • Mjölmask (Tenebrio molitor)
  • Buffalolarv (Alphitobius diaperinus)
  • Hussyrsa (Acheta domesticus)
  • Tropisk hussyrsa (Gryllodes sigillatus)
  • Europeisk vandringsgräshoppa (Locusta migratoria)
  • Ökengräshoppa (Schistocerca gregaria)
  • Honungsbi, drönarpuppa (Apis mellifera)
  • Svart soldatfluga (Hermetia illucens)
  • A lei exige muita clareza na embalagem: o nome da espécie deve aparecer na lista de ingredientes. Além disso, há alerta especial para quem tem alergia a crustáceos, já que existe risco de reação cruzada.

    O que isso significa para o consumidor

    No papel, os insetos aparecem como solução moderna e sustentável. Na prática, porém, a aceitação cultural ainda é mínima. Por enquanto, eles servem mais como símbolo de inovação do que como alternativa real à carne bovina nas mesas suecas.

  • enquanto os insetos ainda não são comuns em supermercados suecos, eles ganham espaço em nichos e startups de alimentos “sustentáveis”.
  • Finlândia, Dinamarca e Holanda estão na frente, com produtos que vão de farinhas a insetos inteiros torrados.
  • Autoridades reforçam que ainda há riscos de bactérias e metais pesados, por isso os controles e a rotulagem são rígidos.
  • Estamos, sim, diante de um “luxificação” do bife na Suécia. Falta de carne não se resolve com campanha; resolve-se com rebanho, e rebanho se faz em anos. Enquanto isso, países com músculo exportador — como o nosso Brasil — podem (e devem) mirar os nórdicos com cortes certificados e narrativa ambiental sólida.

    E então?

    Você pagaria mais por carne brasileira certificada e rastreável no supermercado sueco ou veria com bons olhos a transição para os miúdos (lever, hjärta, njure) se isso segurasse preço no carrinho? Conte sua experiência abaixo — vamos mapear percepções reais para levar esse debate ao setor.

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