Greta Thunberg, uma das ativistas suecas mais conhecidas do mundo, continua detida em Israel após participar de uma flotilha internacional que tentava levar ajuda humanitária a Gaza. O governo da Suécia afirma estar agindo “com força” para garantir que os direitos dos cidadãos suecos sejam respeitados, depois que surgiram relatos de maus-tratos e tortura dentro da prisão israelense de Ketziot, no deserto de Negev.
Relatos de maus-tratos
Segundo o jornalista turco Ersin Celik, que também estava na flotilha, Greta Thunberg teria sido forçada a rastejar e beijar a bandeira de Israel dentro do presídio. Ele afirma ainda que ela foi obrigada a segurar diferentes bandeiras enquanto era fotografada, sem saber exatamente de quais países.
O jornal The Guardian publicou que Greta relatou ao Ministério das Relações Exteriores da Suécia (UD) estar sofrendo com desidratação e que divide uma cela infestada de percevejos. Ela também teria acesso limitado a comida e água potável.
Posição do governo sueco
Representantes do governo sueco visitaram Greta e outros cidadãos detidos e afirmaram que o país está “atuando com firmeza” para garantir seus direitos básicos. O Ministério das Relações Exteriores exigiu que Israel forneça alimentação adequada, água limpa e acesso a medicamentos. As autoridades suecas planejam realizar uma nova visita consular nos próximos dias.
Segundo a representante da organização Global Movement for Gaza Suécia, Anna Fransson, “os familiares estão muito preocupados. Há relatos de que alguns dos detidos não receberam os remédios de que precisam, e que todos estão sendo tratados de forma degradante”.
Por que os suecos ainda estão presos
Enquanto 140 dos 470 ativistas estrangeiros já foram libertados e enviados para seus países de origem, os nove suecos seguem detidos. De acordo com a imprensa israelense, o motivo seria o fato de alguns deles ainda não terem assinado os documentos de deportação, condição exigida para a liberação.
Israel nega todas as acusações de tortura e chama os relatos de “mentiras vergonhosas”. O Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou nas redes sociais que “Greta Thunberg e outros detidos se recusaram a acelerar sua saída do país e insistem em permanecer sob custódia”.
Reações internacionais
Organizações de direitos humanos e representantes das Nações Unidas acompanham o caso. A advogada sueca Sena Eliküçük, que representa o grupo Global Sumud, informou que pretende apresentar uma denúncia formal à ONU por violação dos direitos humanos.
O caso ganhou ainda mais repercussão neste fim de semana após o site Brics News divulgar que a Coreia do Norte teria dado um “ultimato de 24 horas” a Israel para libertar Greta Thunberg — uma notícia que, até o momento, não foi confirmada por fontes oficiais.
O que está em jogo
Enquanto o caso se desenrola, Greta Thunberg continua sendo símbolo de resistência — agora, em um contexto muito diferente das marchas e discursos que a tornaram famosa. O mundo observa.

