Nazistas nas ruas de Estocolmo: por que quase ninguém comenta

O caso: três ataques na mesma madrugada

Na madrugada de 27 de agosto, três ataques violentos contra pessoas de origem estrangeiras aconteceram em sequência no centro de Estocolmo: primeiro na Kungsgatan (00h33), minutos depois na Birger Jarlsgatan e, mais tarde, na estação de metrô Solna Strand. Testemunhas relataram agressões sem provocação, gritos racistas e saudações nazistas. Três jovens (20–23 anos) ligados ao grupo White Boys — parte da rede Aktivklubb Sverige — foram presos e seguem suspeitos de grov misshandel (agressão qualificada) com motivação de ódio. Um quarto homem, de Borås, também foi detido.

Quem são White Boys e a Aktivklubb Sverige

Aktivklubb Sverige (AKS) é a versão sueca do ambiente internacional “Active Clubs”, células descentralizadas de extrema-direita que misturam treinos de força, artes marciais e propaganda racista. No país, a AKS funciona como guarda-chuva de células como White Boys Stockholm, além de grupos em Hälsingland, Jämtland e Småland. Parte dos integrantes veio de organizações anteriores como a Nordiska motståndsrörelsen.

A rede Active Clubs foi impulsionada por Robert Rundo e, na Suécia, encontrou um hub no Gym XIV, que aproximou ativistas de diferentes grupos e ajudou a expandir a estética e o recrutamento.

O alerta das autoridades

A polícia de segurança sueca (Säpo) vem alertando desde junho que as chamadas “aktivklubbar” estão presentes em quase todas as regiões e recrutam crianças e jovens, combinando treinos de luta com propaganda racista. O risco não é de um atentado específico, mas de “construção de capital de violência” e normalização da extrema-direita violenta.

Condenações recentes reforçam o risco

Em 18 de setembro de 2025, dois membros de destaque do White Boys/AKS foram condenados a 1 ano e 6 meses de prisão por grov misshandel — no caso, contra um ex-integrante (à época menor de idade). A decisão judicial reforça que não estamos diante só de retórica online: há violência concreta e organizada.

Por que isso passa “sob o radar”?

O jornalista Niklas Orrenius (Dagens Nyheter) questiona por que ataques abertamente nazistas em Estocolmo geraram pouca reação nacional. Entre os fatores possíveis estão: mudança de clima político (com foco crescente em culpar a imigração pelos problemas), saturação do debate por outros escândalos e a normalização gradual da violência extremista quando tratada como “mais um crime comum”.

O que isso significa para brasileiros na Suécia

Para quem vive aqui, especialmente pessoas com aparência racial diferente do padrão nórdico, o caso mostra três pontos práticos:

  • há grupos estruturados que usam violência como ferramenta política;
  • o recrutamento de jovens em academias e grupos de luta requer atenção das famílias e escolas;
  • registrar e denunciar incidentes com motivação racista é essencial para que a Justiça atue e para que a sociedade não normalize o problema.
  • Como agir se você testemunhar ou sofrer um ataque

  • Ligue 112 em situação de emergência. Fora de emergência, registre ocorrência pela polícia sueca (114 14) e guarde número do caso.
  • Se houver ofensa racial explícita, diga ao registrar que há suspeita de hatbrott (crime de ódio). Isso muda a qualificação e a investigação.
  • Anote local, hora, descrição dos autores, roupas, símbolos, tatuagens e direções de fuga. Busque câmeras próximas.
  • Procure atendimento médico e peça laudo, mesmo sem sintomas aparentes imediatos.
  • Peça apoio a testemunhas para compartilharem imagens e depoimentos.
  • Fontes

    Dagens Nyheter, Expo, SVT/Säpo, Omni

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