Redes sociais estão sendo usadas para cooptar crianças e adolescentes para crimes graves
Um grupo com mais de 70 mil membros no Snapchat, onde jovens eram recrutados para assassinatos e atentados a bomba na Suécia, foi encerrado após atuação da polícia. A informação foi confirmada pela Sveriges Radio. A prática de recrutar menores de idade para crimes tem se espalhado por plataformas como Snapchat, TikTok, Discord e Telegram.
Jovens são tratados como peças em um jogo mortal
A lógica desses grupos é cruel: os crimes são divulgados como se fossem “missões”, e os jovens são estimulados a cumprir tarefas violentas em troca de dinheiro. Segundo a polícia sueca, muitos desses recrutamentos acontecem em linguagem informal, memes e emojis — tudo para parecer “divertido”.
O caso do grupo “Samurajbarnen” já havia chocado o país
Em novembro de 2024, a polícia já havia descoberto o grupo “Samurajbarnen” no Telegram, com 11 mil membros e anúncios explícitos de atentados e execuções. A dimensão da operação fez com que a polícia sueca aprimorasse suas investigações e descobrisse redes ainda maiores.
Operação internacional tenta conter avanço
Em resposta, a Europol e a polícia sueca lançaram a Operação Grimm, focada em barrar o recrutamento de menores pelo crime organizado. As autoridades afirmam que as redes sociais colaboram quando acionadas formalmente, mas ainda fazem pouco para agir por conta própria.
“Chega de promessas, é hora de agir”, diz a polícia
Theodor Smedius, da polícia sueca, foi direto: “Eles participam das reuniões, dizem que querem ajudar, mas não basta mais falar. É hora de agir de verdade.” A cobrança é clara: as plataformas precisam assumir responsabilidade e detectar esses crimes antes que a polícia intervenha.
Alerta aos pais brasileiros na Suécia
Se você tem filhos ou convive com adolescentes, fique atento:
- Monitore quem eles seguem e com quem conversam online
- Fale abertamente sobre os perigos do crime organizado e aliciamento virtual
- Desconfie de comportamentos isolados, promessas de dinheiro fácil ou mudanças bruscas de rotina
Essas quadrilhas não estão apenas em bairros perigosos — elas estão no celular da sua casa, disfarçadas de memes e desafios.
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- Notícia original da Sveriges Radio (em sueco)
Recrutamento de jovens para crimes na Suécia via redes sociais