O que está acontecendo?
O governo sueco quer apertar as regras para quem vem trabalhar de fora da União Europeia. A proposta é exigir um salário mínimo de 37.100 coroas por mês (100% da mediana sueca) para liberar um visto de trabalho.
Mas um relatório oficial entregou uma lista com 152 profissões que poderiam ser poupadas dessa exigência, por um motivo simples: falta mão de obra na Suécia para essas áreas.
📌 Por que isso importa para quem é brasileiro na Suécia?
- Brasileiros que trabalham (ou querem trabalhar) como cuidadores, motoristas, cozinheiros, enfermeiros, professores ou técnicos podem ser beneficiados.
- Essas profissões poderiam continuar com exigência de salário por acordo coletivo, mesmo que abaixo da mediana.
- Outras funções, como colheita de frutas e assistência pessoal, correm o risco de serem proibidas por completo.
🔍 Profissões que podem ser dispensadas do novo salário mínimo
O relatório aponta profissões que têm carência real de trabalhadores. Alguns exemplos:
- Profissionais de saúde: enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, técnicos de radiologia, médicos e veterinários
- Educação: professores da pré-escola ao ensino médio, pedagogos, orientadores escolares
- Construção civil: pedreiros, encanadores, soldadores, eletricistas, pintores, técnicos em ventilação
- Tecnologia e engenharia: desenvolvedores, testadores de sistemas, administradores de rede, engenheiros civis, químicos e industriais
- Transporte: motoristas de ônibus, caminhão e táxi (em regiões específicas)
- Serviços diversos: cozinheiros, padeiros, técnicos de laboratório, mecânicos, operadores de máquinas
Fonte: Migrationsverket, Arbetsförmedlingen
🚫 Profissões que podem ser proibidas
Apesar da carência, algumas áreas são consideradas de alto risco de exploração. Por isso, o relatório sugere a proibição completa do visto de trabalho para:
- Colhedores de frutas e legumes (bärplockare)
- Assistentes pessoais
- Cozinheiros de apoio e auxiliares de cozinha (kallskänkor)
- Trabalhadores de limpeza
A justificativa é o histórico de abusos e contratos falsos nessas funções.
O que estão dizendo?
- Fredrik Reinfeldt (ex-primeiro-ministro): “É o caminho errado. Essas pessoas vêm trabalhar legalmente e pagam impostos.”
- Göran Arrius (Saco): “Isso fere a lógica da negociação coletiva sueca. Vai bagunçar as negociações salariais.”
- Katerina Ninic (agência contra tráfico humano): “Proibir o visto para colhedores não resolve o problema dos contratos fantasmas.”
Já está valendo?
Não. Ainda é apenas uma proposta entregue ao governo. Mas mostra claramente para onde a política migratória sueca está caminhando: menos permissiva e mais controlada.
🔗 Links úteis
A proposta mostra um dilema clássico da Suécia: precisa de trabalhadores, mas teme ser usada como porta de entrada para fraudes ou exploração. O problema não está no trabalhador — está na falta de fiscalização séria nos empregadores e na lentidão do sistema.
Se você trabalha em uma dessas áreas ou pensa em vir, fique atento: o momento é de incerteza, mas também de oportunidade para quem está qualificado e age com transparência.